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Em tempos de racionamento de água, a brasiliense radicada na Itália Maria Luiza Di Salvatore, 46, conta a experiência inspiradora de fazer do uso racional e sustentável desse recurso vital, o primeiro passo para outras mudanças de comportamento e de práticas de Consumo Consciente.
A publicitária, hoje dona de casa, trabalha como voluntária na AFS, uma entidade que atua com intercâmbio e capacitação de jovens entre 15 e 18 anos. Ela se casou com um italiano e mora no país do marido desde 2008. A realidade de viver em Gravina di Catania, na Sicília, uma ilha, exigiu de Lulu mudar hábitos para economizar água, como o modo de limpar a casa e de regar as plantas. “A mudança criou uma curiosidade e passei a observar vários aspectos que podiam ser melhorados e as razões dessa melhora”, recorda.
A louça é pré-lavada em uma bacia com detergente e lavada na máquina. Na lavanderia, o amaciante foi substituído por vinagre. A água da lavagem de louças e roupas é utilizada para regar o jardim ou outras limpezas. Para limpar o piso, um esfregão molhado em um balde. Além disso, deixou de usar produtos com derivados de petróleo em geral, que geram grande impacto ambiental e, atualmente, faz a limpeza doméstica com 80% de produtos naturais.
As madeixas loiras de Lulu passaram a receber outro tipo de cuidado. Ela aboliu o uso de produtos com silicone e os fios ganharam outra textura. “Deu muito errado no começo, durante a transição. Eu não acreditava que pudesse dar certo. Hoje agradeço ter insistido”, relembra. Para ela, o silicone escondia o cabelo mal tratado, como se fosse uma maquiagem. Agora, quando a cabeleira dá sinais de que precisa de cuidados, usa produtos naturais, como azeite e outros óleos.
As dicas de como cuidar da pele e dos cabelos com produtos naturais ela encontrou em pesquisas na internet e participando de grupos e comunidades nas redes sociais, como o No / Low Poo. Antes de comprar qualquer cosmético ou xampu, ela busca informações sobre marcas que não testam em animais e não tenham derivados de petróleo. “Virei a velha da lupa no mercado”, diverte-se, ao contar que presta atenção em todos os ingredientes listados nos rótulos dos produtos que compra.
Lulu também aprendeu a cozinhar apenas o que for consumir na refeição, com quantidades calculadas pelo número de pessoas e, assim, evitar ao máximo o desperdício. “A partir dessa consciência passei a comprar produtos a granel, sem embalagens plásticas. As embalagens são todas reutilizadas e recicladas”, conta.
Nesse processo de uma vida mais sustentável, Lulu deixou de comer carne de vaca, de porco e de frango. “Parei de tomar leite e consumir seus derivados. Ainda como, raramente, peixe, frutos do mar e ovos. Mas eu tenho medo de virar uma chata. Sou igual a todo mundo, apenas mudei os hábitos dentro de casa”, esclarece.
Volta e meia, ela vem a Brasília visitar a família. Na última passagem por aqui, em 2016, ficou por quatro meses. Durante a estadia, resolveu colaborar para que a mãe, Conceição Augusta Machado, 84, ampliasse a prática da alimentação saudável. “Ela já não come carne, tem consciência ambiental e fez mudanças em vários aspectos. Ainda não tinha um acesso fácil a produtos orgânicos, mas eu achei várias opções com entrega em casa”, celebra. [Tem a Feira Moderna e a Ubaia, por exemplo.]
A dica de Lulu para uma vida em sintonia com o Consumo Consciente é encontrar uma paixão. “Hoje, a minha paixão é não poluir o meio ambiente, diminuir a violência contra os animais e melhorar o que eu posso o meu micro ambiente e minha qualidade de vida sem destruir a natureza. Acho desnecessário usar produtos que danifiquem a natureza”, reflete.
Dicas para economizar água
- Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes.
- Limpe a calçada com vassoura em vez de usar a mangueira.
- Trate a água da piscina em vez de substituí-la a cada uso.
- Utilize a máquina de lavar com menos frequência acumulando roupas.
- Feche a torneira mesmo que tenha sido aberta por outra pessoa.
- Procure conscientizar seus colegas ao ver algum deles desperdiçando água.
- Reduza um pouco do tempo que você gasta no banho.
- Pense em formas criativas de reaproveitar água ou reduzir o consumo.
- Mantenha a válvula da descarga regulada.
- Diga não às ligações irregulares e aos vazamentos na rua: informe-os à Caesb.
Fonte: Caesb